Convém iniciar com Max Weber, sociólogo alemão, que caracterizou três tipos distintos de estrutura na sociedade, onde cada qual possui características de comportamento diferentes, relacionados com os tipos de poder na sociedade:
- Racional-legal: em que a aceitação da autoridade se baseia na crença da legalidade das leis e regulamentos. Essa autoridade pressupõe um tipo de dominação legal, o qual vai buscar sua legitimidade no caráter prescritivo e normativo da lei;
- Tradicional: em que a aceitação da autoridade se baseia na crença de que o que explica a legitimidade é a tradição e os costumes. Em suma, os subordinados aceitam como legítimas, as ordens superiores que emanam dos costumes e dos hábitos tradicionais ou de fatos históricos imemoriais;
- Carismática: em que a aceitação advém da lealdade e da confiança nas qualidades normais de quem governa. Em presença de um líder ou chefe que personifique um carisma invulgar ou excepcional, qualquer subordinado aceitará a legitimidade de sua autoridade.
Então, no caso da Legal ou Racional, também denominada burocrática, em razão da predominância de normas e regulamentos, definidos por mecanismos impessoais e racionais, tal como em grandes organizações, são exemplos o próprio Estado, o exército etc.
Já a Tradicional é caracterizada pela família, do feudalismo, na sociedade medieval, ou do coronelismo, na América do Sul, por se apresentarem patriarcais e patrimonialistas;
No caso da Carismática, predominam as características de grupos revolucionários, religiosos e partidos políticos, por representarem veneração a personalidades místicas, arbitrárias;
O termo burocracia, cunhado por Max Weber durante o despertar do capitalismo como representante das grandes organizações, constitui um modelo de organização humana, baseada na racionalidade ao adequar meios aos objetivos pretendidos a fim de garantir a máxima eficiência, distinguindo-se daqueles existentes nas sociedades antigas, tal como no feudalismo e nas autoridades tradicionais.
Neste sentido, os estudos de Max Weber, embora analíticos e não prescritivos, compõem um “modelo ideal” que será aplicado em instituições públicas e organizações privadas, garantindo presença dominante da burocracia nas sociedades modernas.
O estudo da liderança e seus princípios nos dias de hoje, deve ser integrado com a figura da autoridade ou da dominação, conforme apresentado nos estudos de Max Weber, por estar vinculado com a figura do líder carismático, onde a principal característica é a aceitação, arrebanhando massas de liderados, sem imposição.
Portanto, liderar diz respeito a uma relação entre líder e liderados que se manifesta pelo consentimento, espontaneidade e identidade de interesses, embora não podemos confundir figura de líder, rei ou chefe em momentos da história.
Então, de acordo com esta definição, o processo de liderança não deve ser entendido como comparação à relação entre subordinado e chefe existentes nas organizações. Deve ser entendido sim, como um fenômeno onde uma pessoa influencia o comportamento de outra, ou outras, desvinculado ao rótulo de chefe, ou mesmo amigo, subordinado ou parente, mas sendo caracterizado pelo consentimento e pura aceitação entre as partes.
Mas os estudos de Weber incorporados ao Estado e as organizações fornecem ao mundo terminologia específica, como a Teoria da Burocracia, que não fica isenta de críticas considerando o período pós-1930.
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